Marcelo Gomes González
Paulino Marques da Silva Neto
Thiago Correia Henriques
TEMA
A
INFLUÊNCIA DA CAFEINA COMO RECURSO ERGOGÊNICO NO EXERCÍCIO FÍSICO: SUA AÇÃO E
EFEITOS COLATERAIS
OBJETIVO GERAL
Identificar as possíveis influências do
uso da cafeína como recurso ergogênico no exercício físico, assim como suas
ações metabólicas e possíveis efeitos colaterais.
BIBLIOGRAFIA
Revista Brasileira
de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 225-239, Julho/Agosto, 2008.
ISSN 1981-9927.
REFERENCIAL TEÓRICO
Entende-se por recursos ergogênicos substâncias
usadas na tentativa de aumentar a potência física, a força mental e a eficácia
mecânica, estes recursos podem ser de diferentes tipos, como mecânicos ou
chamados biomecânicos, psicológicos ou nutricionais (Garrett e Kirkendall,
2003)
Williams (2002) define a palavra ergogênico como
vinda do grego, onde ergo significa trabalho e gen produção de, sendo assim,
definida como melhora do potencial de trabalho.
A cafeína [...], atua em diferentes tecidos do
corpo, provocando uma série de efeitos, entre eles estão a estimulação do
sistema nervoso central, a interferência no sistema músculo esquelético e cardíaco
e também a liberação e atuação de diferentes hormônios (Maughan e Burke, 2004).
Como é considerada uma droga estimulante, a cafeína
quando ingerida em excesso, ou por pessoas sensíveis a substância, pode
ocasionar alguns efeitos colaterais, como insônia, irritabilidade, ansiedade,
náuseas e até desconfortos gastrintestinais (Altimari e Colaboradores, 2001).
Na maioria das competições os atletas normalmente utilizam
métodos de treinamento muito parecidos, obtendo resultados muito parelhos entre
si. Entretanto já possuem grandes indícios de que dois fatores vêem sendo levados em consideração nos últimos recordes esportivos, a
dieta e os chamados recursos ergogênicos utilizados (Williams 2002).
... as utilizações de substâncias com potencial
ergogênico têm se mostrado eficiente por resultar em grandes benefícios,
incluindo aumento das reservas energéticas, aumento da mobilização de substratos
para os músculos ativos durante os exercícios físicos, aumento do anabolismo protéico,
diminuição da percepção subjetiva de esforço e reposição hidroeletrolítica
adequada. É importante destacar que estes efeitos são dependentes de que tipo
de recurso será utilizado e serão abordados com maiores detalhe a frente
(Williams 1996 citado por Altimari e Colaboradores 2000).
Em virtude desta ação no nível do Sistema Nervoso
Central, Wilmore e Costil (1999) destacam alguns efeitos comprovados nos itens
abaixo: Aumento da atenção mental; Aumento da concentração; Melhora do humor;
Diminui o tempo de reação (resposta mais rápida); Aumenta a liberação de
catecolaminas (hormônios como adrenalina noradrenalina); Aumenta a mobilização
de ácidos graxos livre, como explicado acima; Aumenta o uso dos triglicerídeos
musculares.
Quando consumida em baixas dosagens (2mg/kg), a
cafeína provoca aumento do estado de vigília, diminuição da sonolência, alívio
da fadiga, aumento da respiração, aumento na liberação de catecolaminas,
aumento da frequência cardíaca, aumento no metabolismo e diurese. De mesmo modo
em altas dosagens (15mg/kg) pode gerar nervosismo, insônia, tremores e desidratação
(Conlee, 1991 citado por Braga e Alves, 2000).
É importante mencionar que o efeito da cafeína varia
de pessoa para pessoa, dependendo do seu peso e regularidade com que a ingerem.
Acredita-se que a habituação da cafeína é possível a partir da ingestão crônica
de 100mg/dia o equivalente a uma ou duas xícaras de café. Esta dosagem supostamente
neutraliza as respostas metabólicas aos efeitos esperados da cafeína. Autores
afirmam que usuários habituais, após 4 dias sem ingerir cafeína, perdem a adaptação
a substância (Wolinsky e Hickson, 2002; Silva, 2003; Mello, Kunzler e Farah 2007).
Em relação à administração da cafeína, pode ser de
diversas formas: oral, intraperitoneal, injeções subcutâneas, injeções intramusculares,
aplicação de supositórios, sendo que a primeira é a mais utilizada, de fácil
aplicação e sua distribuição é feita pela corrente sangüínea, degradada na
forma de co-produtos (Nabholz, 2007).
Para as mulheres, a proporção de excreção de cafeína
é particularmente importante, porque durante a execução de exercícios intensos
as mulheres apresentam uma maior eliminação de cafeína do que os homens
(Altimari e Colaboradores, 2001).
De mesmo modo, não é apenas na urina que ela pode
ser encontrada, seus metabólitos podem estar na saliva, no esperma e no leite
materno, este fato tem relação com possíveis casos de infertilidade masculina e
fibrose cística no seio (Silva 2003).
Embora o fígado seja o principal responsável por sua
metabolização, existem outros tecidos que participam deste processo de forma indireta,
como o rim e o cérebro. (Nabholz, 2007).
A cafeína produz efeitos analgésicos sobre o sistema
nervoso central e exacerba a excitabilidade dos motoneurônios, facilitando assim
o recrutamento das unidades motoras. (Mcardle,Katch e Katch, 2001)
[...] a cafeína aumenta a ação do Sistema Nervoso
Simpático, pelo bloqueio dos receptores de adenosina, este neuromodulador atua
de forma oposta a cafeína. A adenosina age na diminuição da atividade celular,
já a cafeína, bloqueando a ação da mesma[...] (Sökmen e Colaboradores, 2008, Graham,
2001).
[...] a adrenalina é aumentada no plasma com a
ingestão da cafeína. A adrenalina é responsável por efeitos como a
vasodilatação, glicogenólise e o broncodilatação[...] (Garret e
Kirkendall,2003; Magkos e Kavouras,2004).
Sobre o Sistema Cardiovascular, a cafeína exerce uma
estimulação direta sobre o miocárdio, provocando aumento no rendimento cardíaco,
na força de contração e freqüência. No entanto, por sua ação vagal, tende a
produzir modificações na frequência cardíaca (Dâmaso, 2001).
É importante mencionar que através do aumento da
disponibilização dos ácidos graxos livres, contribuindo para uma maior oxidação
das gorduras, a cafeína exerce um papel de poupança de glicogênio, esta
contribuição na metabolização do glicogênio, supostamente, reduz a fadiga
muscular, possibilitando um melhor rendimento em exercícios prolongados de alta
intensidade (Mcardle, Katch e Katch 2001; Fox, Bowers e Foss, 1991).
Hoje em dia a cafeína tem sido utilizada como substância
ergogênica, de forma aguda, normalmente antes da realização de exercícios
físicos (Nabholz 2007; Altimari e Colaboradores 2005).
Acredita-se que a cafeína é incomum quando comparado
a outras substâncias por produzir efeitos ergogênicos em uma série de protocolos
de exercícios: desde os esforços nos exercícios mais curtos e de alta intensidade
até os esforços submáximos e exercícios prolongados (Maughan e Burke, 2004).
Por ser um recurso barato, como já mencionado, pode
ser conveniente e seguro para tentativas de melhorar o desempenho de resistência
aeróbia, é válido lembrar que seu efeito depende de pessoa para pessoa, sendo assim,
esse ganho pode ocorrer caso o atleta não esteja habituado a consumir regularmente
cafeína. A maioria dos estudos tem demonstrado que as melhorias no desempenho
ocorrem com o consumo de 6mg/kg de cafeína independente do momento que estiver
sendo consumido: antes ou durante o exercício (Dâmaso 2001; Nabholz 2007).
A cafeína preenche todos os critérios farmacológicos
que a classificam como droga, pois pode levar à dependência e na ausência desta
substância o indivíduo pode ter crises de abstinência. (Nabholz,
2007).
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão bibliográfica, cujos dados
foram coletados através de levantamento da literatura sobre o tema deste
artigo.
CONCLUSÃO
A cafeína é uma das substâncias que vêm sendo
estudada por vários pesquisadores, por seu possível potencial ergogênico. Os
achados apontam a cafeína como um eficiente ergogênico para a melhoria do desempenho
durante os exercícios. Porém, ainda não parece estar claro quais os mecanismos
de ação estariam envolvidos nessa melhoria de performance. Em relação aos
possíveis efeitos colaterais nada foi confirmado na prática.
É
possível afirmar então que a cafeína é um ergogênico eficiente, além de ser
barato e de fácil acesso. Contudo, necessitam ainda mais estudos nessa área,
para que se possa concluir os exatos efeitos que a cafeína exerce sobre a
performance durante os exercícios.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através da análise de estudos realizados é possível
afirmar que a cafeína é um potente recurso ergogênico, aumentando a lipólise no
exercício e teoricamente poupando a utilização de glicogênio, melhora a força
de contração e a diminuição da fadiga. Porém, ainda não parece estar claro
quais os mecanismos de ação estariam envolvidos nessa melhoria de performance.
Em relação aos possíveis efeitos colaterais nada foi confirmado na prática.
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