terça-feira, 16 de agosto de 2016

FICHAMENTO: A INFLUÊNCIA DA CAFEINA COMO RECURSO ERGOGÊNICO NO EXERCÍCIO FÍSICO: Sua ação e efeitos colaterais


Marcelo Gomes González
Paulino Marques da Silva Neto
Thiago Correia Henriques



TEMA

A INFLUÊNCIA DA CAFEINA COMO RECURSO ERGOGÊNICO NO EXERCÍCIO FÍSICO: SUA AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS

OBJETIVO GERAL

Identificar as possíveis influências do uso da cafeína como recurso ergogênico no exercício físico, assim como suas ações metabólicas e possíveis efeitos colaterais.

BIBLIOGRAFIA

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 2, n. 10, p. 225-239, Julho/Agosto, 2008. ISSN 1981-9927.

REFERENCIAL TEÓRICO

Entende-se por recursos ergogênicos substâncias usadas na tentativa de aumentar a potência física, a força mental e a eficácia mecânica, estes recursos podem ser de diferentes tipos, como mecânicos ou chamados biomecânicos, psicológicos ou nutricionais (Garrett e Kirkendall, 2003)
Williams (2002) define a palavra ergogênico como vinda do grego, onde ergo significa trabalho e gen produção de, sendo assim, definida como melhora do potencial de trabalho.
A cafeína [...], atua em diferentes tecidos do corpo, provocando uma série de efeitos, entre eles estão a estimulação do sistema nervoso central, a interferência no sistema músculo esquelético e cardíaco e também a liberação e atuação de diferentes hormônios (Maughan e Burke, 2004).
Como é considerada uma droga estimulante, a cafeína quando ingerida em excesso, ou por pessoas sensíveis a substância, pode ocasionar alguns efeitos colaterais, como insônia, irritabilidade, ansiedade, náuseas e até desconfortos gastrintestinais (Altimari e Colaboradores, 2001).
Na maioria das competições os atletas normalmente utilizam métodos de treinamento muito parecidos, obtendo resultados muito parelhos entre si. Entretanto já possuem grandes indícios de que dois fatores vêem sendo levados em consideração nos últimos recordes esportivos, a dieta e os chamados recursos ergogênicos utilizados (Williams 2002).
... as utilizações de substâncias com potencial ergogênico têm se mostrado eficiente por resultar em grandes benefícios, incluindo aumento das reservas energéticas, aumento da mobilização de substratos para os músculos ativos durante os exercícios físicos, aumento do anabolismo protéico, diminuição da percepção subjetiva de esforço e reposição hidroeletrolítica adequada. É importante destacar que estes efeitos são dependentes de que tipo de recurso será utilizado e serão abordados com maiores detalhe a frente (Williams 1996 citado por Altimari e Colaboradores 2000).
Em virtude desta ação no nível do Sistema Nervoso Central, Wilmore e Costil (1999) destacam alguns efeitos comprovados nos itens abaixo: Aumento da atenção mental; Aumento da concentração; Melhora do humor; Diminui o tempo de reação (resposta mais rápida); Aumenta a liberação de catecolaminas (hormônios como adrenalina noradrenalina); Aumenta a mobilização de ácidos graxos livre, como explicado acima; Aumenta o uso dos triglicerídeos musculares.
Quando consumida em baixas dosagens (2mg/kg), a cafeína provoca aumento do estado de vigília, diminuição da sonolência, alívio da fadiga, aumento da respiração, aumento na liberação de catecolaminas, aumento da frequência cardíaca, aumento no metabolismo e diurese. De mesmo modo em altas dosagens (15mg/kg) pode gerar nervosismo, insônia, tremores e desidratação (Conlee, 1991 citado por Braga e Alves, 2000).
É importante mencionar que o efeito da cafeína varia de pessoa para pessoa, dependendo do seu peso e regularidade com que a ingerem. Acredita-se que a habituação da cafeína é possível a partir da ingestão crônica de 100mg/dia o equivalente a uma ou duas xícaras de café. Esta dosagem supostamente neutraliza as respostas metabólicas aos efeitos esperados da cafeína. Autores afirmam que usuários habituais, após 4 dias sem ingerir cafeína, perdem a adaptação a substância (Wolinsky e Hickson, 2002; Silva, 2003; Mello, Kunzler e Farah 2007).
Em relação à administração da cafeína, pode ser de diversas formas: oral, intraperitoneal, injeções subcutâneas, injeções intramusculares, aplicação de supositórios, sendo que a primeira é a mais utilizada, de fácil aplicação e sua distribuição é feita pela corrente sangüínea, degradada na forma de co-produtos (Nabholz, 2007).
Para as mulheres, a proporção de excreção de cafeína é particularmente importante, porque durante a execução de exercícios intensos as mulheres apresentam uma maior eliminação de cafeína do que os homens (Altimari e Colaboradores, 2001).
De mesmo modo, não é apenas na urina que ela pode ser encontrada, seus metabólitos podem estar na saliva, no esperma e no leite materno, este fato tem relação com possíveis casos de infertilidade masculina e fibrose cística no seio (Silva 2003).
Embora o fígado seja o principal responsável por sua metabolização, existem outros tecidos que participam deste processo de forma indireta, como o rim e o cérebro. (Nabholz, 2007).
A cafeína produz efeitos analgésicos sobre o sistema nervoso central e exacerba a excitabilidade dos motoneurônios, facilitando assim o recrutamento das unidades motoras. (Mcardle,Katch e Katch, 2001)
[...] a cafeína aumenta a ação do Sistema Nervoso Simpático, pelo bloqueio dos receptores de adenosina, este neuromodulador atua de forma oposta a cafeína. A adenosina age na diminuição da atividade celular, já a cafeína, bloqueando a ação da mesma[...] (Sökmen e Colaboradores, 2008, Graham, 2001).
[...] a adrenalina é aumentada no plasma com a ingestão da cafeína. A adrenalina é responsável por efeitos como a vasodilatação, glicogenólise e o broncodilatação[...] (Garret e Kirkendall,2003; Magkos e Kavouras,2004).
Sobre o Sistema Cardiovascular, a cafeína exerce uma estimulação direta sobre o miocárdio, provocando aumento no rendimento cardíaco, na força de contração e freqüência. No entanto, por sua ação vagal, tende a produzir modificações na frequência cardíaca (Dâmaso, 2001).
É importante mencionar que através do aumento da disponibilização dos ácidos graxos livres, contribuindo para uma maior oxidação das gorduras, a cafeína exerce um papel de poupança de glicogênio, esta contribuição na metabolização do glicogênio, supostamente, reduz a fadiga muscular, possibilitando um melhor rendimento em exercícios prolongados de alta intensidade (Mcardle, Katch e Katch 2001; Fox, Bowers e Foss, 1991).
Hoje em dia a cafeína tem sido utilizada como substância ergogênica, de forma aguda, normalmente antes da realização de exercícios físicos (Nabholz 2007; Altimari e Colaboradores 2005).
Acredita-se que a cafeína é incomum quando comparado a outras substâncias por produzir efeitos ergogênicos em uma série de protocolos de exercícios: desde os esforços nos exercícios mais curtos e de alta intensidade até os esforços submáximos e exercícios prolongados (Maughan e Burke, 2004).
Por ser um recurso barato, como já mencionado, pode ser conveniente e seguro para tentativas de melhorar o desempenho de resistência aeróbia, é válido lembrar que seu efeito depende de pessoa para pessoa, sendo assim, esse ganho pode ocorrer caso o atleta não esteja habituado a consumir regularmente cafeína. A maioria dos estudos tem demonstrado que as melhorias no desempenho ocorrem com o consumo de 6mg/kg de cafeína independente do momento que estiver sendo consumido: antes ou durante o exercício (Dâmaso 2001; Nabholz 2007).
A cafeína preenche todos os critérios farmacológicos que a classificam como droga, pois pode levar à dependência e na ausência desta substância o indivíduo pode ter crises de abstinência. (Nabholz, 2007).

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão bibliográfica, cujos dados foram coletados através de levantamento da literatura sobre o tema deste artigo.

CONCLUSÃO

A cafeína é uma das substâncias que vêm sendo estudada por vários pesquisadores, por seu possível potencial ergogênico. Os achados apontam a cafeína como um eficiente ergogênico para a melhoria do desempenho durante os exercícios. Porém, ainda não parece estar claro quais os mecanismos de ação estariam envolvidos nessa melhoria de performance. Em relação aos possíveis efeitos colaterais nada foi confirmado na prática.
É possível afirmar então que a cafeína é um ergogênico eficiente, além de ser barato e de fácil acesso. Contudo, necessitam ainda mais estudos nessa área, para que se possa concluir os exatos efeitos que a cafeína exerce sobre a performance durante os exercícios.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da análise de estudos realizados é possível afirmar que a cafeína é um potente recurso ergogênico, aumentando a lipólise no exercício e teoricamente poupando a utilização de glicogênio, melhora a força de contração e a diminuição da fadiga. Porém, ainda não parece estar claro quais os mecanismos de ação estariam envolvidos nessa melhoria de performance. Em relação aos possíveis efeitos colaterais nada foi confirmado na prática.


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