*ALINE
DA SILVA LEAL
*MARCELO
GOMES GONZÁLEZ
*TATIANA
MENDES DA SILVA
*Acadêmicos do curso de
Licenciatura em Educação Física pela Universidade Vale do Acaraú-AP
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As
várias etnias negras quando foram retiradas de sua Mãe-Africa pelos
colonizadores, trouxeram consigo seus valores sociais, assim como suas
tradições culturais.
Das culturas trazidas pelos negros formou-se o marabaixo e o batuque expressões culturais que mais se realizamem
Macapá. Os negros preservam o Marabaixo, dança que se assemelha ao
arrastar dos pés presos pelas correntes da escravidão. No canto cadenciado
aparecem os lamentos do cotidiano e saudades da África.
Das culturas trazidas pelos negros formou-se o marabaixo e o batuque expressões culturais que mais se realizam
Em
uma das origens do vocábulo Marabaixo, tem significado de mar + abaixo, dando a
idéia do movimento dos navios negreiros vindos para o Brasil; no caso os
escravos vinham nos porões abaixo do nível do mar; ou o termo Marabaixo é
provavelmente uma palavra com escrita variando de região como, marabuto ou
marabut, do árabe morabit – Saudar os deuses.
A
festa do marabaixo homenageia a Santíssima Trindade e o Divino Espírito Santos,
através de ladainhas e missas representando o lado religioso. A dança e o canto
do Marabaixo constituem o lado profano da festividade; carregada de tristeza ou
de alegria, expressando melodiosamente os sentimentos de suas vivências.
A
dança possui uma coreografia própria que imita os passos acorrentados dos
negros escravos. Os dançarinos ora formam filas, abraçando uns aos outros, ora
separados, se organizam em filas três a três, ora ficam de lado a lado.
Trata-se de um quadro
de muita alegria sob o céu estrelado das noites amapaenses. Onde as cores vivas
das vestimentas, as fitas, as flores; tudo contribui colaborando para a
vivacidade desta dança. Marcados por tambores chamados de caixa de marabaixo,
que por muitos anos foram construídos de forma artesanal, porém, com bastante
precisão pelo senhor Joaquim Sussuarana e Zeca Costa; confeccionado com couro
de animais, como cobra (sucuriju, jibóia), bode, etc.
O
ladrão do marabaixo é o canto improvisado e rimado composto pelo cantador de
marabaixo, geralmente relacionado ao seu cotidiano. Também chamado dessa forma
devido um outro cantador de marabaixo se aproximar e “roubar” a vez de cantar
seus improvisos.
Segundo
Tavares (2010):
No Amapá, o Ciclo do
Marabaixo é comemorado todos os anos por grupos organizados que trabalham para
manter vivas as tradições da raiz herdada dos ancestrais. O evento faz parte do
calendário oficial de festividades do Governo do Estado.
O
ritual do Marabaixo começa no Domingo de Páscoa na Igreja de São Benedito,
(construída pelos próprios negros na década de 1960-1970). Segundo Figueiredo e Smart O ciclo do Marabaixo é
composto por missas, novenas, procissões, bailes populares, dança e rituais do
Marabaixo e dura aproximadamente sessenta dias". Segue o seguinte ritual:
Cortação
do Mastro: cinco semanas após a Páscoa, no sábado, nas proximidades da casa do
festeiro (pessoa da Comunidade que sede o espaço para o marabaixo), como
preparação para o dia seguinte.
Cortação
do mastro a ser enfeitado com murta (é uma planta com cheiro peculiar que para
o marabaixo espanta os maus olhados e trás felicidade) – parte importante no
ritual do marabaixo.
Domingo
do Mastro: Os participantes se deslocam até o lugar onde estão os mastros,
dançando, cantando e soltando fogos e artifícios, com bandeiras do Divino
Espírito Santo e da Santíssima Trindade. Em seguida apanham os mastros e os
levam para a casa do festeiro.
Quarta
da Murta: Na primeira quarta-feira depois do Domingo do Mastro, os
participantes vão quebrar a “murta” nas proximidades da Cidade, dançando,
cantando e soltando foguetes pelas ruas, levando a bandeira vermelha do
Espírito Santo. Voltam pelo caminho percorrido para guardar a murta para enfeitar
o mastro no outro dia.
Quinta-feira
da hora: pela manhã, depois que cavam o buraco e enfeitam o mastro do Divino
com os galhos da murta e a bandeira em sua extremidade. Levantam o mastro e
dançam o marabaixo até a tarde; a partir desse dia, durante 18 dias são
realizadas ladainhas em homenagem ao Divino Espírito Santo e à Santíssima
Trindade, na casa do festeiro. E, depois das ladainhas é realizada uma festa
para os participantes e convidados, regado a muita gengibirra. (bebida composta
por gengibre ralado, água-ardente e açúcar).
Domingo
do Espírito Santo: Dança-se o marabaixo neste dia e as ladainhas continuam mais
uma semana.
Sábado
da Trindade: Festa dançante para participantes e convidados.
Domingo
da Trindade: Ocorre uma missa pela manhã na Igreja de São Benedito, pela tarde
acontece a “quebra da murta”. Onde os participantes saem dançando o marabaixo
pelas ruas soltando fogos e artifícios; dessa vez empunham a bandeira branca da
Santíssima Trindade. De noite rezam a última ladainha em louvor a Santíssima.
Seguindo do baile, que só termina na segunda do mastro.
Segunda
do mastro: a partir das 06 h da manhã, cavam um buraco em frente da casa do
festeiro, enfeitam o segundo mastro da murta, este da Santíssima Trindade, e o
levantam ao lado do mastro do Divino Espírito Santo. Após esse ato, dançam o
marabaixo até às 12 h, só reiniciando no Domingo do Senhor.
Domingo
do Senhor: Este é o último dia do ciclo anual do marabaixo. Onde os
participantes dançam até as 18 h quando param para a derrubada do mastro (os
dois) e em seguida recomeçam a dançar o marabaixo até tarde da noite em meio há
muita alegria por estarem perpetuando a cultura deixada pelos nossos
antepassados.
E a tradição segue através dos séculos.
LETRAS DAS MÚSICAS
MAIS CONHECIDAS
ROSA BRANCA
"Rosa branca açucena lê, Lê
Case com a moça morena Lê, lê
Amanhã é dia santo o lê, lê
dia de corpo deus ô lê,lê
Quem tem roupa vai a missa
quem não tem faz como eu
Rosa branca açucena lê,lê
Case com a moça morena lê, lê "
Case
Amanhã
dia de corpo deus ô lê,
Quem
quem não tem faz como eu
Rosa branca açucena lê,
Case
DOBRADO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
"A pomba do divino já voou, já foi embora
chegou na quarta-feira ,chegou no dia da hora
na quarta-feira , na quarta – feira
chegou no dia da hora
no dia da hora quando a missa entrou
no dia da hora
quando a missa entrou
Jesus Cristo lá no céu se alegrou..."
REFERÊNCIAS
PEREIRA, Nunes. O sahiré e o marabaixo: Tradições
da Amazônia. Contribuição ao Primeiro Encontro Brasileiro de Folclore. Rio de
Janeiro: Gráfica Ouvidor, 1951, 139 p.
CANTO, Fernando.
A
água benta e o diabo. 2. ed. Macapá: FUNDECAP, 1998.
RICHARDSON,
Maikon. Marabaixo. Disponível em: <http://maikon.wordpress.com/2009/01/12/marabaixo/>.
Acesso em: 18 set. 2010.
TAVARES, Iracilda. Comunidade comemora Ciclo do Marabaixo com festa e religiosidade. Disponível em: <http://www.amapadigital.net/noticias/2010/geral/marco/31-03-10-geral111.html>.
Acesso em: 18 set. 2010.
FIGUEIREDO, Dora;
SMART, Raphaela. Marabaixo: Dança
tipicamente amapaense. Disponível em:< http://ecografismoap.blogspot.com/2010/06/marabaixo-danca-tipicamente-amapaense.html>.
Acesso em: 28 set. 2010.
VLW
ResponderExcluirperfeita explicação. parabéns aos acadêmicos pelo artigo!
ResponderExcluirmuito importante falar de nossa cultura.