quarta-feira, 19 de outubro de 2016

SÍNTESE SOBRE TREINAMENTO INDIVIDUALIZADO

Pós-graduando: Marcelo Gomes González
Disciplina: Individualização das cargas e treino

Prof. Mestre Cezar Tchaikovski

NASSAU, Felipe; PAULA, Vinícius de. Treinamento: Individualizado! Com ou sem Personal Trainer. Trust Sports. Maio 2010.


O treinamento esportivo envolve uma série de habilidades e competências e a boa relação entre todas elas é quem determina a sua qualidade. Podemos relacionar fatores inerentes à área biológica, como a anatomia, a bioquímica, a nutrição esportiva, a fisiologia, a cinesiologia e a biomecânica. Temos ainda a área psicológica, que busca aprimorar fatores motivacionais, neuropsíquicos e socioambientais. Todas estas áreas do conhecimento formam a base do treinamento desportivo.
Outra questão importante é tangente ao treinador, que deve ser competente, ter uma constante atualização dos seus conhecimentos, dedicação pessoal, uma boa capacidade de raciocínio e pensamento clínico e uma vasta experiência profissional com a modalidade que trabalha.
Desta forma, serão trabalhadas as variáveis, que são: carga, intensidade, volume, frequência e os dias de descanso passivo e ativos. Haja vista que não existe um modelo certo, mas sim a conexão entre estas variáveis dentro de um planejamento coerente para atingir um resultado num período de tempo pré-determinado, o que chamamos de periodização.
Sempre perguntam se é melhor realizar mais ou menos repetições, utilizar mais ou menos carga, realizar o exercício mais ou menos vezes e quantas vezes por semana... A resposta correta para todas essas perguntas é: DEPENDE!!! De quem vai executar, do objetivo almejado, da dieta que o indivíduo segue, da qualidade e quantidade do sono, do estilo de vida, do nível de estresse em relacionamentos pessoais e trabalho e, principalmente, da motivação individual para se esforçar nos treinos e modificar estilos de vida.
Logo, o primeiro passo para um bom treinamento é saber quem é o seu aluno e até onde ele quer chegar, isso é visto por meio do que chamamos de anamnese, pois ela é a primeira grande chave para um bom treinamento.
Ao planejar a intervenção, o treinador deve explicar ao aluno o que deve ser feito e como deve ser feito, verificar se ele tem capacidade para realizá-lo e motivação para isso, e caso não tenha, se está disposto a superar-se. Isto nada mais é do que respeitar a individualidade. A maior falha nas academias começa em não realizar a anamnese. Uma vez que este exame busca reunir dados suficientes para que o profissional realize um trabalho com eficácia e segurança, assim o aluno conseguirá alcançar seus objetivos sem maiores riscos e com mais prazer.
Outro problema é que, muitas vezes, o profissional despreparado apenas reproduz o que está a sua volta, as “modinhas” ou modelos antigos que já foram derrubados por outros mais corretos. Esse tipo de instrução está fadado a falhar sempre, pois se algo estiver sendo feito errado ele não saberá “consertar”. Um profissional criterioso, que preza pela qualidade no atendimento e no serviço, certamente buscará todas as fontes possíveis para entender e aplicar em seus alunos esses procedimentos ainda desconhecidos por ele.
Um dos exemplos das velhas teorias é que, há alguns anos, muitos acreditavam que realizar agachamentos profundos era muito perigoso para o joelho, mas hoje, em boa parte das academias, os professores já sabem que este é muito mais seguro que o agachamento parcial. Sabe-se também que a realização de treinos mais intensos e mais curtos na musculação é mais eficaz do que treinos volumosos com cargas baixas. Outro fato que tem vindo à tona é que o exercício aeróbio é pouco efetivo para o emagrecimento, principalmente se comparado à musculação intensa ou treinos intervalados anaeróbios.
Porém, estes conhecimentos, que deveriam melhorar as prescrições de exercícios, podem até piorar se mal aplicados, pois muitos os utilizam sem conhecer suas bases e sem um pensamento clínico.
Então, é comprovado que um bom acompanhamento é determinante no bom resultado do aluno (Gentil e Bottaro, 2011), pois existem alguns fatores que certos profissionais descartam, como: sono, dieta, estilo de vida, estresse e, inclusive, limitações individuais.
O trabalho do personal não é isolado, ele deve ter o compromisso de estar em contato com todos os profissionais de saúde envolvidos no objetivo, como nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, para que possam agir em conjunto e oferecer o melhor serviço possível ao bem estar, saúde e qualidade de vida de quem investe em si.
Muitos considerarem o preço elevado. Porém, isso se tornaria viável com menos gasto com vida noturna, álcool, vestuário fútil, fast foods, e padrões de vida de ostentação do luxo. Se levarmos isto em consideração, um treinamento personalizado não é caro. Principalmente porque não é um investimento só em estética, mas sim em saúde e qualidade de vida, poupando futuros gastos com hospitais e remédios e prevenindo contra doenças crônicas.

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