*ADELSON RAMOS VILHENA
*FARNEY GLEISON ALMEIDA LIMA
*JONIELSON FERREIRA DA COSTA
*JORGE WLISSES DOS SANTOS LIMA
*MALCICLEY SANTOS SOUSA
*Acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação
Física, pela Universidade Vale do Acaraú-AP
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), foi um
documento criado em 1996, com o intuito de nortear a educação básica nacional,
a qual era posta de forma fragmentada e que era individualizada, já que cada
estado e município tinha seu próprio componente curricular, fazendo, muita das
vezes, a supressão de certos conhecimentos. Com a criação dos PCNs os conteúdos
foram postos de forma a manter um único currículo para o país. Assim, pôde-se
verificar uma mudança significativa na aplicação dos conteúdos, pois esse
documento apenas norteava a execução do conteúdo macro, deixando a cargo do
estado, município, escola e do professor o método de ensinar e as vertentes que
seriam abordadas dentro de cada tema proposto.
Os componentes curriculares indicados por cada
estado são postos de forma obrigatória. Mas, muitos desses não seguem essa
norma. É o que acontece com frequência na construção do Projeto Político
Pedagógico (PPP), em que muitas instituições não fazem as reformulações desse
documento, o que acarreta em uma educação defasada, já que utilizam o mesmo
planejamento dos anos anteriores, mesmo havendo várias mudanças no contexto
onde se inserem.
Em cima desses documentos foram realizadas análises
que apontam pontos positivos e negativos, de forma subjetiva, pois não estão
explícitos. Destarte, apresentar-se-á as seguintes análises e construções de
propostas: análise dos PCNs para o Ensino Fundamental II, análise da
Proposta Curricular da Seed para o Ensino Fundamental II, nova Proposta
Curricular para a Educação Física no Ensino Fundamental II e uma análise contextualizada de todos os temas
anteriormente abordados.
ANÁLISE DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA O
ESNINO FUNDAMENTAL II
A Educação Física escolar no Ensino Fundamental II
(5ª a 8ª séries) deve passar a ser não apenas como algo que se faz, mas algo
que se estuda e que se sabe. Especificamente, para que o aluno do Ensino
Fundamental II saiba que a Educação Física é necessária, precisa-se construir
conhecimentos relacionados, não apenas ao jogo, ao esporte, à dança, às lutas
ou à ginástica, mas sobre o movimento humano de forma geral (relativo à
motricidade), que por vezes se manifesta nesses fenômenos, mas que pode também
aparecer fora deles, como nos temas transversas relacionadas a ética,
pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual, trabalho e
consumo.
A aprendizagem desses conhecimentos tem como
objetivo tornar a pessoa mais capacitada para utilizar, da melhor maneira, suas
possibilidades e potencialidades para mover-se de forma genérica ou específica,
para que, em correspondência ela possa ser capaz de adaptar-se às mais diversas
situações em que são realizados os movimentos. Assim, usa-se das experiências
vividas dos alunos para a construção do processo de aprendizagem e seleção de
conteúdos, tendo a diversidade como um parâmetro norteador e fator de extrema
importância para o desenvolvimento do trabalho do professor.
Nessa etapa do ensino os temas abordados deverão
ser: o conhecimento sobre o corpo; esporte, jogos, lutas e ginásticas;
atividades rítmicas e expressivas. Estes podem favorecer os conhecimentos dos
benefícios das práticas corporais e hábitos saudáveis para a qualidade de vida,
a qual "foi definida como sensação íntima de conforto, bem-estar ou
felicidade no desempenho de funções físicas, intelectuais e psíquicas dentro da
realidade da sua família, do seu trabalho e dos valores da comunidade à qual pertence"
(NOBRE, 1995, p. 229).
A partir da construção da autonomia deve-se
favorecer a superação de limitações pessoais, aceitando que competir não
significa rivalidade, mas sim tendo a oposição como estratégia de jogo para
vivenciar e aplicar os conceitos técnicos e táticos adquiridos, tendo
predisposição para criar, transformar e adaptar regras em jogos que incluem
todos sem discriminação, favorecendo a diversidade cultural e aceitação da
opinião do outro, respeitando a integridade física e moral de todos.
Além disso, o ser humano, nessas condições será
capaz de utilizar-se de movimentos para interagir com outros seres humanos, e
até poderá transformar o meio em que vive, solicitando espaços adequados à
prática de atividades motoras, ou um ambiente de trabalho que não lhes seja
prejudicial.
A inclusão é um processo que envolve dinamismo,
mudanças de atitudes e muita reflexão em torno da escola e da sociedade
(CARVALHO, 1998, p 31). A inclusão, na concepção de Ferreira (1993, p.27), nada
mais é do que inserir, introduzir, fazer parte, não apenas com outro indivíduo,
mas sim com todas as pessoas de "modo igualitário", pois vivemos em
uma sociedade e não isolados uns dos outros. Deste modo, um mundo inclusivo é
aquele em que todas as pessoas têm oportunidades de ser e estar inseridas na
sociedade de forma participativa.
Por inclusão entende-se como um processo que engloba
a educação participativa. Então, é posta de forma emparelhada ao conceito de
inclusão social, já que é um
"processo pelo qual a sociedade se adapta para
poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades
especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na
sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as
pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar
problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidade para
todos" (SASSAKI, 1997, p. 41).
Pensando no conceito de inclusão acima descrito,
pode-se verificar a importância de respeitar as pessoas como seres humanos
acima de qualquer diferença, sendo estes, cidadãos, possuidores de direitos e
deveres.
"Direitos humanos são os direitos fundamentais
de todas as pessoas, sejam elas mulheres, negros, homossexuais, índios, idosos,
portadores de deficiência, populações de fronteiras, estrangeiros migrantes,
refugiados, portadores de HIV positivo, crianças e adolescentes, policiais,
presos, e os que têm acesso à riqueza. Todos, enquanto pessoas devem ser
respeitados, e sua integridade física protegida e assegurada." (BRASIL,
1998a, p.61).
Uma das práticas sociais mais importantes para a
formação cidadã das pessoas é a educação escolar, pois, uma das funções é
ensinar os aspectos éticos e morais, abrindo oportunidades para discussões e
reflexões nas aulas e permitindo a construção de princípios e valores dignos de
uma vida em sociedade.
Para obter-se uma escola que envolva a participação
de todos os educandos é importante compreender e reconhecer as diferenças de
cada pessoa, perceber que o tempo não é igual para todos. É de extrema
importância não rotular os alunos. É tempo de acabar com o preconceito e a
discriminação, refletindo e agindo em busca de uma cidadania mais justa para
todos. Diferenciando e classificando os alunos dentro das suas possibilidades
de atuação e participação em aula e atos de grande importância para o professor
e completamente distintos da famosa "rotulação". Sabe-se que é a
partir dessa diferenciação e classificação que o planejamento irá se
desenvolver e se modificar conforme as necessidades de cada turma.
Então, vê-se que no universo escolar, dentro de uma
proposta de planejamento de Educação Física, aos poucos percebemos que não há
uma "receita mágica". Não basta simplesmente usá-la quando a
dificuldade surge. No entanto, tem-se em mãos "ingredientes", que vão
se organizando conforme os interesses da turma e a necessidade da mesma. Logo,
faz-se necessária a elaboração de um "caminho", de um
"mapa" ou de uma trilha para onde os professores irão
"caminhar" junto com os alunos, englobando os
"ingredientes" ao longo do ano.
O "mapa" corresponde ao planejamento, que
não deve assumir um papel inflexível. Tem-se que trabalhar conforme as
necessidades do grupo. Ao longo da caminhada, muitas vezes, é preciso desviar o
trajeto e para isso alguns atalhos podem existir, outros percursos podem
surgir. Não serão atalhos aleatórios, mas sim coerentes com a proposta
pedagógica da escola e com os interesses de cada turma.
Os parâmetros curriculares nacionais, do Brasil,
advogam um princípio muito importante para a prática da Educação Física
Escolar, que é o princípio da inclusão, dizendo que:
"A inclusão do aluno é o eixo fundamental que
norteia a concepção e a ação pedagógica da Educação Física Escolar,
considerando todos os aspectos ou elementos, seja na sistematização de
conteúdos e objetivos, seja no processo de ensino e aprendizagem, para evitar a
exclusão ou alienação na relação com a cultura corporal de movimento"
(BRASIL, 1998, p.30).
Estes princípios devem sustentar os trabalhos
desenvolvidos no âmbito escolar, possibilitando, desta forma, a participação de
todos. O Ensino Fundamental II "tem como objetivo principal a formação
básica do cidadão" (SILVA; VENÂNCIO, 2005, p. 53).
ANÁLISE DA PROPOSTA CURRICULAR DA SECRETARIA DE
ESTADO DA EDUCAÇÃO DO AMAPÁ PARA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II
Desde cedo a criança aprende a transformar
conhecimento externo em sabedoria subjetiva, desenvolvendo sua personalidade e
descobrindo sua originalidade. Já que se envolve em um processo sistemático de
construção e reconstrução do conhecimento, desenvolvendo capacidades e
aprendizagem de conteúdos necessários à vida em sociedade. Por conseguinte, o
desafio é estabelecer relações entre o conhecimento empírico e o científico, o
racional e o afetivo, o público e o privado, o individual e o coletivo.
O currículo é organizado por conteúdos e projetos
didáticos que partem sempre de uma proposta interdisciplinar, na qual a turma é
instigada a estabelecer múltiplas relações de aprendizagem. Deste modo,
valoriza-se a interdisciplinaridade e a contextualização, possibilitando que
esta aprendizagem ocorra de forma dinâmica, gradativa, prazerosa e não
excludente. Logo, tem-se como conteúdos a serem repassados, a ginástica, a
dança, os jogos e o esporte, mas diferente do ensino fundamental I que
demonstrou de forma superficial cada um desses itens, nessa etapa do ensino
tende-se à apresentação de algo mais formal e concreto, utilizando a
criticidade, já adquirida e em formação, para debater sobre certas regras,
movimentos e sobre a história dessas culturas corporais.
"(...) e um fenômeno social que representa o
nível alcançado pela sociedade em determinada etapa histórica: progresso, técnica,
experiência de produção e de trabalho, instrução, educação, filosofia, ciência,
literatura, arte e instituições que lhes correspondem. A cultura não é a uma
categoria sociológica empírica. Quando nos referimos ao fenômeno cultura, não
se trata de teorizar sobre a cultura em geral, abstrata, mas de agir, com
suporte conceitual, sobre a cultura presente, concreta, procurando
transformá-la, estende-la e aprofunda-la" (SIQUEIRA, 1992).
No terceiro ciclo (5ª e 6ª séries) - que engloba, no
ensino de nove anos, os 6º e 7º anos – a utilização da ginástica, já com a base
nos movimentos repassados no ciclo anterior, tem como propostas o
aperfeiçoamento dos conteúdos das séries anteriores, o aprimoramento das
qualidades corporais, o primeiro contato com a ginástica rítmica desportiva e a
artística.
Quanto à dança, um dos instrumentos em que mais traz
prazer, tanto ao aluno quanto ao professor, quando utilizada de forma correta,
instantaneamente está embutindo conceitos como respeito, disciplina,
criatividade, integração e vários outros sentimentos, dos quais variam de
pessoa para pessoa, já que ocorrem de forma íntima e subjetiva. Nesse
instrumento os temas abordados são: ritmo, danças folclóricas, danças
populares, danças em geral, consciência corporal, relação histórico-social dos
movimentos folclóricos, analise crítica dos costumes e história e cultura dos
temas desenvolvidos nessa fase.
Os jogos são outro tema em que, apresentado e
desenvolvido com propriedade pelo profissional, trará grandes frutos no que diz
respeito às vivências sociais, "As situações criadas pelo jogo imitam a
vida real e atuam na formação de significados, possibilitando assim a
construção da função simbólica" (PAULA E FARIA, 2010, p. 6). Por isso,
propõe-se que os professores discorram e desenvolvam atividades voltadas para o
desempenho recreativo, pois têm que estar impregnados com a formulação de
propostas e desafios, mas de uma forma que não desestimule o educando. Dessa
forma, as crianças irão compreender melhor as regras, já que algumas delas
foram criadas em conjunto com o professor e colegas, e normas para a
convivência social, habilitando esse aluno a ter um convívio harmonioso dentro
dos mais diversos círculos sociais que a sociedade envolve. Mas, não basta
apenas criar e seguir certas regras, o professor tem o papel de instigar no
aluno o senso de criticidade, o qual será utilizado durante toda a sua vida, e
que será de suma importância para não se deixar alienar por qualquer
aproveitador de "desinstruídos sociais". Portanto.
A fase evolutiva do jogo é o esporte, já que o jogo
passa a ser esporte quando tem suas regras fixas, imutáveis pelos praticantes,
onde quem pode fazer essas alterações são as ligas, federações, confederações
ou comitês olímpicos (GALATTI, 2012). Então, repassa-se a história, surgimento,
alterações e evolução das modalidades abordadas, abrangendo o futebol, futsal,
vôlei, basquete e handebol, sempre relacionando aos modelos sociais que os
criaram e introduziram, quando já criados, assim como trazer essa historicidade
para a implantação dessas modalidades no Brasil. Também, tem-se que mostrar a
importância dos benefícios daquelas modalidades para o uso pessoal e coletivo.
Fazendo com que analisem e critiquem as regras vigentes, mesmo sem poder
alterá-las por completo, pois dessa forma terão uma visão dos erros das leis
sociais e poderão critica-las assim como fazem dentro do ambiente escolar.
Destarte, os alunos estarão cientes das modificações causadas pela influência
do esporte nos mais diversos modelos de sociedade. E, por último, nesse ciclo,
aborda-se a influência do esporte quanto fator capitalista da sociedade.
No quarto ciclo (7ª e 8ª séries) - que no ensino de
nove anos compreende os 8º e 9º anos - também aborda-se a ginástica, dança,
jogos e esportes. Mas, o que diferencia os ensinos, além de uma linguagem mais
técnica e culta, é a questão das regras, que nesse momento são tomadas de forma
mais rígida, já que após esse nível espera-se que a criança se apresente com
uma formação de cidadão integral.
É necessário ressaltar a importância da incorporação
dos temas transversais como saúde, ética, pluralidade cultural, meio ambiente,
orientação sexual e trabalho e consumo, já que são conhecimentos básicos para o
exercício da cidadania. Esses assuntos devem servir de base para outras
atividades da escola.
A transversalidade garante que as questões sociais,
por terem natureza diferenciada das áreas convencionais do currículo, serão
trabalhadas de forma contínua e integradas, implicando em uma metodologia de
trabalho e um perfil ideal de ação pedagógica, de escola e de docência, cuja
extensão e profundidade deve realizar-se de forma interdisciplinar, respeitando
a diversidade e a idade dos estudantes.
A aproximação entre interdisciplinaridade e
transversalidade servirá para introduzir a aprendizagem das competências, a
partir de uma perspectiva pragmática, isto é, útil e produtiva para a vida
dentro de uma sociedade "moderna". Dessa forma, são apontadas como
modelo a ser seguido frente às tradicionais práticas de aprendizagem:
"Na prática pedagógica, interdisciplinaridade e
transversalidade alimentam-se mutuamente, pois o tratamento das questões
trazidas pelos Temas Transversais expõe as inter-relações entre os objetos de
conhecimento, de forma que não é possível fazer um trabalho pautado na
transversalidade tomando-se uma perspectiva disciplinar rígida. [...] a
transversalidade abre espaço para a inclusão de saberes extra-escolares,
possibilitando a referência a sistemas de significado construídos na realidade dos
alunos". (BRASIL, 1997, p.31)
Os Temas Transversais não constituem disciplinas
específicas de ensino, mas devem impregnar profundamente o conteúdo de cada
matéria e todo o convívio social na Escola. A transversalidade diz respeito à
possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre
aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade)
e as questões da vida real e de sua transformação (aprender na realidade e da
realidade). A transversalidade promove uma compreensão abrangente dos diferentes
objetos do conhecimento, bem como a percepção da implicação do sujeito do
conhecimento na sua produção, superando a dicotomia entre ambos. Por essa mesma
via, a transversalidade abre espaço para a inclusão de saberes extraescolares,
possibilitando a referência a sistemas de significado construídos na realidade
dos alunos.
NOVA PROPOSTA CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO FÍSICA NO
ENSINO FUNDAMENTAL II
A proposta curricular no Ensino Fundamental II tem
como objetivo a participação nas atividades corporais, estabelecendo relações
equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando
características físicas e de desempenho de si próprio e dos outros, sem
descriminar por características pessoais, físicas, sexuais, sociais ou étnicas.
Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e
solidariedade em situações lúdicas e esportivas. Valorizar, Conhecer e
respeitar a manifestação da cultura corporal das diferentes culturas,
transformando em recurso para a interação entre indivíduos de diferentes grupos
sociais.
Desta forma o aluno deve reconhecer-se como elemento
integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de higiene, alimentação e
atividades corporais, relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de
manutenção e melhoria da saúde coletiva.
Os conteúdos propostos para ser ministrados no 3º
ciclo, que equivale aos 6º e 7º anos do Ensino Fundamental, são:
a) A
ginástica, onde irá desenvolver atividades voltadas ao aperfeiçoamento dos
conteúdos das séries anteriores, apresentar os elementos históricos da Educação
Física, introduzir de forma lúdica as modalidades rítmica, artística,
acrobática terapêutica e estética;
b) A dança,
através de atividades voltadas às origens da dança, a classificação, os
aspectos culturais, as etnias e suas culturas corporais, as regionais e
típicas, as folclóricas, a criativa e a construção coreográfica;
c) O
esporte, por meio da análise das regras, a origem e a história das modalidades,
para que e a quem serve, a influência dos esportes nos diversos modelos de
sociedade, o esporte enquanto fenômeno cultural e o esporte coletivo; e,
d) As lutas,
onde serão apresentados os princípios gerais das lutas, os aspectos culturais e
os tipos que são praticados no Brasil e no mundo.
No quarto ciclo – equivalente aos 8º e 9º anos do
Ensino Fundamental, no ensino de nove anos – os conteúdos a ser trabalhados
são:
a) A
ginástica rítmica e desportiva, através da revisão dos conteúdos apresentados
nas séries anteriores, a ginástica escolar, com a execução correta dos
movimentos a caráter informativo, e as ginásticas aeróbica e localizada;
b) A dança
moderna e contemporânea, a realização de mostras rítmicas, a criação de
coreografia e a dança teatral;
c) As
lutas, apresentando os princípios gerais, aspectos culturais e os diversos
tipos de lutas;
d) Os jogos
de raciocínio e populares, os com regras já criadas e os jogos pré-desportivos;
e) A
diferença entre jogo e esporte, a análise crítica das regras dos esportes, a
origem e evolução histórica, a influência dos esportes nos diversos modelos de
sociedade e o esporte enquanto fenômeno cultural.
Apresenta-se o esporte como extensão do jogo, já que
ele passa a ser esporte quando tem suas regras fixas, imutáveis pelos
praticantes. Então, repassa-se a história, surgimento, alterações e evolução
das modalidades abordadas, abrangendo o futebol, futsal, vôlei, basquete e
handebol, sempre relacionando aos modelos sociais que os criaram e
introduziram, quando já criados, assim como trazer essa historicidade para a
implantação dessas modalidades no Brasil. Também, tem-se que mostrar a
importância dos benefícios daquelas modalidades para o uso pessoal e coletivo.
Fazendo com que analisem e critiquem as regras vigentes, mesmo sem poder
alterá-las por completo, pois dessa forma terão uma visão dos erros das leis
sociais e poderão critica-las assim como fazem dentro do ambiente escolar.
Destarte, os alunos estarão cientes das modificações causadas pela influência
do esporte nos mais diversos modelos de sociedade.
Os Temas Transversais não constituem disciplinas
específicas de ensino, mas devem impregnar profundamente o conteúdo de cada
matéria e todo o convívio social na Escola. A transversalidade diz respeito à
possibilidade de se estabelecer, na prática educativa, uma relação entre
aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade)
e as questões da vida real e de sua transformação (aprender na realidade e da
realidade). A transversalidade promove uma compreensão abrangente dos
diferentes objetos do conhecimento, bem como a percepção da implicação do
sujeito do conhecimento na sua produção, superando a dicotomia entre ambos.
Muitas vezes os TTs aparecem no componente curricular, mas não posto de forma
explícita, fazendo com que o profissional que irá se embasar nesse documento,
tenha no mínimo o conhecimento prévio sobre os temas abordados na Educação
Física para poder diferenciar dos temas transversais.
ANÁLISE CONTEXTUAL DOS ASSUNTOS ABORDADOS
Durante o desenvolvimento do trabalho foi possível
fazer uma reflexão relacionando os conceitos e propostas oficiais para a
Educação Física nos vários níveis de ensino, com os conteúdos desenvolvidos
durante as aulas, observa-se que a disciplina não pode ser uma reprodução um
pouco mais elaborada passando de nível a nível de ensino, mas sim acreditando
em mudanças onde as aulas garantam, conforme os PCNs, um desenvolvimento
corporal significativo, fazendo com que os alunos, de forma lúdica e educativa,
aprendam diferentes conteúdos, tornando-se indivíduos capazes de enfrentar e
resolver situações na vida presente e futura.
Diante das reflexões apresentadas anteriormente
acerca da Educação Física nos vários níveis do Ensino Básico, é possível
identificar um distanciamento entre teoria e prática, e ainda entre o que
define o PCN e o que tem sido aplicado pelos professores nas atividades
escolares.
Considerando o exposto, e a partir de experiência
enquanto acadêmicos da Universidade Vale do Acaraú, na disciplina de IESC
(Interação Escola Comunidade) que leva o acadêmicos a vivencia o espaço escolar
e suas interações, durante a qual pode-se observar uma repetição dos conteúdos
esportivos já vivenciados em níveis Ensino anteriores, buscou-se aqui destacar
diferentes experiências sobre a execução de outros tipos de atividades nas
aulas de Educação Física, sendo que na realidade escolar pouco se fala em
processos educativos e participativos entre alunos e professores.
Há por parte dos professores o esquecimento de
conteúdos que tratam de outros assuntos que possam ser de muita valia para o
aluno, tais como dança, jogos, lutas e expressão corporal, atividades essas que
podem fazer com que o aluno, auxiliado pelo professor, possa vir a desenvolver
um trabalho mais aprofundado, que vai proporcionar a construção do caráter dos
alunos, preparando-os para as diversas situações da vida cotidiana.
Neste sentido, a compreensão do movimento
encontra-se para além de simples interações de forças biomecânicas. Seja
através da dança, da expressão corporal, da ginástica, das modalidades
esportivas ou da recreação o educador deve procurar.
Considerando que a função primordial da escola é a
socialização dos conhecimentos historicamente produzidos, a Educação Física
como componente curricular da escola está vinculada a esta finalidade e,
portanto, deve garantir a socialização e democratização dos conhecimentos sobre
a realidade envolvendo a Cultura Corporal, além de promover o desenvolvimento
integral dos educandos a partir da realização de atividades relacionadas à
expressão corporal.
Tal perspectiva encaminha-se ainda em colocar o
indivíduo como sujeito transformador da realidade na qual está inserido.
Deve-se ter em mente que o problema só será
resolvido se houver uma real compreensão da Educação Física enquanto fenômeno
capaz de oportunizar, a todos os alunos, o desenvolvimento de suas
potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento
como seres humanos. Assim como o currículo tem sua função social que é ordenar
a reflexão pedagógica do aluno de forma a pensar a realidade social
desenvolvendo determinada lógica. Para desenvolvê-la, apropria-se do
conhecimento cientifico, confrontando-o com o saber que o aluno traz do seu
cotidiano e de outras referencias do pensamento humano (COLETIVO DE AUTORES,
1992. p. 27).
A Educação Física deve ser para todos os alunos,
sejam eles habilidosos e robustos ou descoordenados, baixinhos, de óculos e
gordinhos (DAOLIO, 1995, p.135).
Lidando com o corpo e o movimento na totalidade do
ser humano, a Educação Física busca, em última instância, a mudança de
consciência (GONÇALVES, 1997, p.158).
Ainda, além da mudança de consciência, é necessário
também a mudança de comportamento.
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