O Renascimento
foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou
na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis
transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores apregoados
pelo pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e
interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que
possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o
mundo medieval.
A razão, de
acordo com o pensamento da renascença, era uma manifestação do espírito humano
que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de
questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus
(neoplatonismo). Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o
privilégio dado às ações humanas ou humanismo. Tal característica
representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa
reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). Esse aspecto humanista
inspirava-se em outro ponto-chave do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo.
A Educação
Jesuítica no Brasil se dedicou à pregação da fé católica e ao trabalho
educativo. Perceberam que não seria possível converter os índios à fé católica
sem que soubessem ler e escrever. Os jesuítas não se limitaram ao ensino das
primeiras letras. Além do curso elementar eles mantinham os cursos de Letras e
Filosofia, considerados secundários, e o curso de Teologia e Ciências Sagradas,
de nível superior, para formação de sacerdotes.
Movido pela
indignação e pela discordância com os costumes da Igreja de seu tempo, o monge
alemão Martinho Lutero (1483-1546) foi o responsável pela reforma protestante,
que originou uma das três grandes vertentes do cristianismo (ao lado do
catolicismo e da Igreja Ortodoxa). A idéia da escola pública e para todos,
organizada em três grandes ciclos (fundamental, médio e superior) e voltada
para o saber útil nasce do projeto educacional de Lutero. "A distinção
clara entre a esfera espiritual e as coisas do mundo propiciou um avanço para o
conhecimento e o exercício funcional das coisas práticas", diz o pastor Walter
Altmann, presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Na
educação, o pensamento de Lutero produziu uma reforma global do sistema de
ensino alemão, que inaugurou a escola moderna. Seus reflexos se estenderam pelo
Ocidente e chegam aos dias de hoje.
A reivindicação
pela liberdade de interpretar a Bíblia tornou-se não só um dos pilares da
reforma protestante como o princípio fundador do projeto educacional de Lutero,
que valorizou a alfabetização e o ensino de línguas — e, mais importante,
pregou o acesso de todos a esse conhecimento. Os renovadores religiosos
defendiam a formação de uma nova classe de homens cultos, dando origem ao
conceito de utilidade social da educação.
O valor
formativo dos exercícios físicos foi colocado em estreita vinculação com a
educação em geral. Vittorino de Feltre (1378-1446) pode ser considerado “o
verdadeiro criador da educação física” e pode–se dizer que tenha antecipado,
com os seus métodos pedagógicos, os princípios da educação física moderna.
Também retomou a importância de se considerar a harmonia entre o corpo e a
mente e considerava a ginástica, a luta, as longas marchas, a prática de
exercícios de resistências ao frio e ao calor como forma de reviver os
princípios gregos. Concentrou suas atenções em promover e disciplinar o
desenvolvimento da personalidade de seus alunos através do jogo, dos exercícios
físicos, da cultura literária e cientifica e da música. Teve o grande mérito de
ter revitalizado o exercício físico, não somente como distração e recreação,
mas inserido como exigência de harmonioso desenvolvimento de seu sistema
educativo. Introduziu no seu método todos os exercícios que podiam aumentar
tanto a força física como a energia moral: ginástica, jogos, corridas a pé e a
cavalo, jogo de bola, salto, esgrima, natação, tiro ao arco e longas marchas.
Podemos definir
a Reforma Religiosa como o movimento que rompeu a unidade religiosa da Europa
ocidental, dando origem a novas igrejas cristãs. Com ela a Igreja Católica
perdeu o monopólio religioso que mantivera durante a Idade Média.
A Reforma
Religiosa foi contemporânea do Renascimento, e também pode ser explicada pelas
transformações econômicas e sociais ocorridas na Europa na transição da Idade
Média para os tempos modernos. Todavia, enquanto o Renascimento foi um
movimento de elite, a Reforma envolveu todas as camadas sociais européias. Os
fatores que explicam a Reforma Religiosa são de ordem cultural, econômica e
política.
a- Cultural. O racionalismo e a valorização do
homem, próprios do Renascimento, deram origem a uma mentalidade que se opunha a
religiosidade católica medieval. O espírito crítico do Renascimento colocou em
xeque os tradicionais ensinamentos da Igreja.
A divulgação e a
leitura dos textos bíblicos, dos escritos dos sábios da antiguidade e dos
santos da Igreja criaram um clima de debate e questionamento das verdades
estabelecidas. Tanto que os primeiros movimentos que questionaram a autoridade
da Igreja surgiram no interior das Universidades. O homem renascentista exigia
uma religião mais adequada aos novos tempos.
b- Econômico. O renascimento comercial criou uma
nova realidade econômica na Europa. A Igreja teve dificuldade em adequar os
seus ensinamentos a essa nova realidade. Os dogmas católicos tradicionais
combinavam com a economia de subsistência da Idade Média. No entanto, o lucro e
a cobrança de juros, estranhos a essa economia, passaram a ser essenciais
depois do renascimento comercial. De modo que a burguesia tendia a não aceitar
aqueles dogmas religiosos.
c- Político. O poder nacional do rei, surgido com a centralização
política, se contrapunha ao poder supranacional da Igreja. Os conflitos entre
os interesses das monarquias nacionais e os de Roma se manifestavam nos
direitos de cobrar impostos, na administração da justiça e na nomeação dos
bispos. Os reis não podiam admitir que as rendas obtidas pela Igreja em seus
domínios fossem enviadas para Roma. Por outro lado, precisavam impor sua
justiça em todo o território nacional, e isto significava a supressão dos
tribunais eclesiásticos.
Além disso, os
reis disputavam com os papas o direito de nomear os bispos, pois estes tinham
um grande poder político. Portanto, o rompimento dos Estados Nacionais com a
Igreja Católica, foi uma decorrência natural desses conflitos de interesses.
Foram ainda fatores importantes para a Reforma a crise e a decadência da Igreja
Católica. O luxo do clero, a compra de cargos eclesiásticos, o envolvimento da
Igreja nas questões políticas, a má formação teológica dos padres, a venda de
indulgências (perdão da Igreja aos pecados) e de falsas relíquias religiosas
contribuíam para o desprestígio da instituição diante dos fiéis
Martinho Lutero,
com base nos seus estudos começou a criticar os abusos da Igreja. Depois de uma
viagem à Roma voltou abalado com o luxo, a decadência de costumes e a corrupção
do alto clero. O conflito de Lutero com a Igreja começou com suas críticas à
venda de indulgências na Alemanha. Lutero criticou não só o fato de serem
vendidas, mas o próprio valor espiritual dessas indulgências. Segundo ele, a
Igreja não tinha o poder de conceder perdão aos pecados. Isto só caberia a
Deus. A polêmica acabou levando à excomunhão de Lutero. O monge rebelde rasgou
a bula da excomunhão e afixou na porta da catedral de Wittemberg as famosas 95
teses. Neste documento já estão
presentes as linhas mestras de sua doutrina.
Podemos definir
a Contra-Reforma como o conjunto de medidas tomadas pela Igreja Católica para
deter o avanço das igrejas reformadas.
A principal
providência tomada foi a convocação do Concílio de Trento (1545-1563).
Neste Concílio foram reafirmados os dogmas e os princípios católicos negados
pelos reformadores. Foram criados o Index
Librorum Prohibitorum (relação
de livros proibidos); o Catecismo, para dar educação religiosa,
principalmente às crianças, e Seminários, para formar melhor o clero. O Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) foi remodelado e
reativado para perseguir os que se desviassem dos princípios católicos. A
Contra-Reforma reafirmava ainda que só à Igreja era permitida a interpretação
da bíblia. Nesta época, a ordem religiosa fundada por Inácio de Loiola,
Companhia de Jesus, foi reconhecida pela Igreja. Esta ordem teria importante
papel da difusão do catolicismo na América. Os jesuítas, submetidos a uma
rigorosa disciplina, se dedicavam à educação e à catequese.
A Contra-Reforma
conseguiu afastar a ameaça reformista do sul da Europa. Até hoje, Itália,
Espanha e Portugal são países essencialmente católicos. Mas, muitos estudiosos
atribuem o relativo atraso cultural e científico dos países católicos à atuação
repressiva da Igreja.
A cultura
medieval se caracterizava pela religiosidade. A Igreja Católica, como vimos,
controlava as manifestações culturais e dava uma interpretação religiosa para
os fenômenos da natureza, da sociedade e da economia. A esta cultura deu-se o
nome de teocêntrica (Deus no centro). A miséria, as
tempestades, as pragas, as enchentes, as doenças e as más colheitas eram vistas
como castigos de Deus. Assim como a riqueza, a saúde, as boas colheitas, o
tempo bom, a fortuna eram bênçãos divinas. A própria posição que o indivíduo
ocupava na sociedade (nobre, clérigo ou servo) tinha uma explicação religiosa.
A literatura medieval era composta de textos teológicos, biografias de santos e
histórias de cavalaria. Isto refletia o domínio da Igreja e da nobreza sobre a
sociedade.
Essa visão de
mundo não combinava com a experiência burguesa. Essa nova classe devia a sua
posição social e econômica ao seu próprio esforço e não à vontade divina, como
o nobre. O sucesso nos negócios dependia da observação, do raciocínio e do
cálculo. Características que se opunham às explicações sobrenaturais, próprias
da mentalidade medieval. Por outro lado, era uma classe social em ascensão,
portanto otimista. Sua concepção de mundo era mais materialista. Queria
usufruir na terra o resultado de seus esforços. E também claro que o
comerciante burguês era essencialmente individualista. Quase sempre, o seu
lucro implicava que outros tivessem prejuízo.
A visão de mundo
da burguesia estará sintonizada com a renovação cultural ocorrida nos fins da
Idade Média e no começo da Idade Moderna. A essa renovação denominamos Renascimento.
O Renascimento
significou uma nova arte, o advento do pensamento científico e uma nova
literatura. Nelas estão presentes as seguintes características:
a-
antropocentrismo (o homem no centro): valorização
do homem como ser racional. Para os renascentistas o homem era visto como a
mais bela e perfeita obra da natureza. Tem capacidade criadora e pode explicar
os fenômenos à sua volta.
b- otimismo: os renascentistas acreditavam no
progresso e na capacidade do homem de resolver problemas. Por essa razão
apreciavam a beleza do mundo e tentavam captá-la em suas obras de arte.
c- racionalismo: tentativa de descobrir pela
observação e pela experiência as leis que governam o mundo. A razão humana é a
base do conhecimento. Isto se contrapunha ao conhecimento baseado na
autoridade, na tradição e na inspiração de origem divina que marcou a cultura
medieval.
d- humanismo: o humanista era o indivíduo que
traduzia e estudava os textos antigos, principalmente gregos e romanos. Foi
dessa inspiração clássica que nasceu a valorização do ser humano. Uma das
características desses humanistas era a não especialização. Seus conhecimentos
eram abrangentes.
e- hedonismo: valorização dos prazeres
sensoriais. Esta visão se opunha à idéia medieval de associar o pecado aos bens
e prazeres materiais.
f- individualismo: a afirmação do artista como criador
individual da obra de arte se deu no Renascimento. O artista renascentista
assinava suas obras, tornando-se famoso.
g- inspiração na antiguidade clássica: os artistas renascentistas
procuraram imitar a estética dos antigos gregos e romanos. O próprio termo Renascimento foi cunhado pelos contemporâneos
do movimento, que pretendiam estar fazendo renascer aquela cultura,
desaparecida durante a “Idade das Trevas” (Média).
Apresentação em slide:
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