Pós-graduando: Marcelo Gomes González
Disciplina: Individualização das cargas e treino
Prof. Mestre Cezar Tchaikovski
NASSAU, Felipe; PAULA, Vinícius de. Treinamento: Individualizado! Com ou sem Personal Trainer. Trust Sports. Maio
2010.
O treinamento esportivo
envolve uma série de habilidades e competências e a boa relação entre todas
elas é quem determina a sua qualidade. Podemos relacionar fatores inerentes à
área biológica, como a anatomia, a bioquímica, a nutrição esportiva, a
fisiologia, a cinesiologia e a biomecânica. Temos ainda a área psicológica, que
busca aprimorar fatores motivacionais, neuropsíquicos e socioambientais. Todas
estas áreas do conhecimento formam a base do treinamento desportivo.
Outra questão importante
é tangente ao treinador, que deve ser competente, ter uma constante atualização
dos seus conhecimentos, dedicação pessoal, uma boa capacidade de raciocínio e
pensamento clínico e uma vasta experiência profissional com a modalidade que
trabalha.
Desta forma, serão
trabalhadas as variáveis, que são: carga, intensidade, volume, frequência e os dias
de descanso passivo e ativos. Haja vista que não existe um modelo certo, mas
sim a conexão entre estas variáveis dentro de um planejamento coerente para
atingir um resultado num período de tempo pré-determinado, o que chamamos de
periodização.
Sempre
perguntam se é melhor realizar mais ou menos repetições, utilizar mais ou menos
carga, realizar o exercício mais ou menos vezes e quantas vezes por semana... A
resposta correta para todas essas perguntas é: DEPENDE!!! De quem vai executar,
do objetivo almejado, da dieta que o indivíduo segue, da qualidade e quantidade
do sono, do estilo de vida, do nível de estresse em relacionamentos pessoais e
trabalho e, principalmente, da motivação individual para se esforçar nos
treinos e modificar estilos de vida.
Logo,
o primeiro passo para um bom treinamento é saber quem é o seu aluno e até onde
ele quer chegar, isso é visto por meio do que chamamos de anamnese, pois ela é
a primeira grande chave para um bom treinamento.
Ao
planejar a intervenção, o treinador deve explicar ao aluno o que deve ser feito
e como deve ser feito, verificar se ele tem capacidade para realizá-lo e
motivação para isso, e caso não tenha, se está disposto a superar-se. Isto nada
mais é do que respeitar a individualidade. A maior falha nas academias começa em
não realizar a anamnese. Uma vez que este exame busca reunir dados suficientes
para que o profissional realize um trabalho com eficácia e segurança, assim o
aluno conseguirá alcançar seus objetivos sem maiores riscos e com mais prazer.
Outro
problema é que, muitas vezes, o profissional despreparado apenas reproduz o que
está a sua volta, as “modinhas” ou modelos antigos que já foram derrubados por
outros mais corretos. Esse tipo de instrução está fadado a falhar sempre, pois
se algo estiver sendo feito errado ele não saberá “consertar”. Um profissional
criterioso, que preza pela qualidade no atendimento e no serviço, certamente
buscará todas as fontes possíveis para entender e aplicar em seus alunos esses
procedimentos ainda desconhecidos por ele.
Um dos exemplos das
velhas teorias é que, há alguns anos, muitos acreditavam que realizar
agachamentos profundos era muito perigoso para o joelho, mas hoje, em boa parte
das academias, os professores já sabem que este é muito mais seguro que o
agachamento parcial. Sabe-se também que a realização de treinos mais intensos e
mais curtos na musculação é mais eficaz do que treinos volumosos com cargas
baixas. Outro fato que tem vindo à tona é que o exercício aeróbio é pouco
efetivo para o emagrecimento, principalmente se comparado à musculação intensa ou
treinos intervalados anaeróbios.
Porém, estes
conhecimentos, que deveriam melhorar as prescrições de exercícios, podem até
piorar se mal aplicados, pois muitos os utilizam sem conhecer suas bases e sem
um pensamento clínico.
Então, é comprovado que
um bom acompanhamento é determinante no bom resultado do aluno (Gentil e
Bottaro, 2011), pois existem alguns fatores que certos profissionais descartam,
como: sono, dieta, estilo de vida, estresse e, inclusive, limitações
individuais.
O trabalho do personal
não é isolado, ele deve ter o compromisso de estar em contato com todos os
profissionais de saúde envolvidos no objetivo, como nutricionistas, médicos,
fisioterapeutas, psicólogos, para que possam agir em conjunto e oferecer o
melhor serviço possível ao bem estar, saúde e qualidade de vida de quem investe
em si.
Muitos considerarem o
preço elevado. Porém, isso se tornaria viável com menos gasto com vida noturna,
álcool, vestuário fútil, fast foods, e padrões de vida de ostentação do luxo.
Se levarmos isto em consideração, um treinamento personalizado não é caro.
Principalmente porque não é um investimento só em estética, mas sim em saúde e
qualidade de vida, poupando futuros gastos com hospitais e remédios e
prevenindo contra doenças crônicas.