Ana Alice da
Costa Monteiro*
Cosma Costa da Silva*
Gilson de Brito Mendes*
Kerolin Alexandra Santos de Brito*
Marcelo Gomes González*
Raimundo Trindade Mira*
Ruan Pablo Silva Almeida*
Tassiana Costa da Silva*
Jany Maria Barbosa Pantoja**
*Acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade Vale do Acaraú – Macapá/AP.
**Professora orientadora do Colegiado de Educação Física da Universidade Vale do Acaraú – Macapá/AP, e mestranda e Ciências da Educação da Universidade del Salvador – Buenos Aires / Arq.
INTRODUÇÃO
Atualmente as pessoas
vivem um momento onde o mercado de trabalho é muito exigente, fazendo com que
esqueçam a saúde corporal. E, pela grande pressão vivida todos os dias, também
deixem de lado a saúde social. Como consequência, essas pessoas aprendem a
ganhar sem ter ética.
A
qualidade de vida e a saúde são resultados dos hábitos do dia a dia (SHARKEY,
2006; GUISELINE, 2006 appud LOUREIRO
e MACHADO), sendo que a grande maioria dos indivíduos morre antes dos 65 anos
de idade pelo estilo de vida inadequado (GUISELINE appud LOUREIRO e MACHADO).
Devido
a ética não estar presente em alguns alunos/trabalhadores de hoje, que sempre
dão um "jeitinho", surgiu a necessidade de pesquisar sobre o assunto
“Esporte e Saúde Social na Educação de Jovens e Adultos”. Sendo que essa
relação entre Educação Física e saúde social é praticamente desconhecida, pelo
simples fato de que os anos de aulas ministradas eram exercidos por
profissionais despreparados.
Dessa
forma, têm-se como objetivos principais: informar profissionais que lecionam a
disciplina Educação Física e alunos sobre a importância do esporte e atividades
diversas como causadores da saúde social, a qual não se limita apenas no manter
seu corpo saudável (higienista), mas sim aprimorar no aluno um senso de
coletividade, criatividade, cidadania, bem-estar, honestidade, respeito etc.;
E, mostrar que o esporte e dinâmicas utilizadas na escola podem ser um meio
para levar cidadania, moral, ética, valores a quem antes não os utilizava por
desconhecer o real sentido de conviver bem em sociedade.
Supõe-se
que os alunos da EJA, em sua maioria, são trabalhadores, gestantes e pessoas
com uma faixa etária muito variada. E, que nas aulas de Educação Física, esses
alunos querem atividades de grupo, dinâmicas, alongamentos de baixa amplitude
articular (ginástica laboral) e que haja momentos de relaxamento.
Durante
a pesquisa surgiram os seguintes questionamentos: Quais as vantagens e
desvantagens da Educação Física estar no mesmo período das outras disciplinas?
E, o que os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) querem nas aulas de
Educação Física?
PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
O
presente artigo foi desenvolvido por meio de pesquisa na internet, através de
artigos científicos escritos pelos professores: Luciano Leal Loureiro e Julia Lepkoski Machado (2008), Leandro da Costa; Maria Assunção Brito
de Jesus e Mariza Carmen Silva (2007), Medicina Tropical (2009), Keila A. Baraldi
Knobel (2004). E, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB –
9394/96) Artigo 26, parágrafo 3º. Os quais deram subsídios necessários
para o desenvolvimento de um tema pouco conhecido, a saúde social.
A
educação de jovens e adultos (EJA) é uma forma de ensino da rede pública no
Brasil, que tem como objetivo desenvolver o ensino fundamental e médio com
qualidade.
Nesse
grupo os alunos, a grande maioria, não são praticantes de nenhuma atividade
física, já que na maior parte do tempo trabalham ou estão limitados a fazer algumas
atividades, como é o caso dos idosos e gestantes.
Esses
alunos estão em busca somente de uma maior qualificação para o mercado de trabalho
e, aprender a ler e escrever para terem sua identidade na sociedade.
No
Brasil, segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), artigo 26, 3º, a
Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente
curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao
aluno que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; que seja
maior de trinta anos de idade; que estiver prestando serviço militar inicial ou
que, em situação similar, estiver obrigado à prática da Educação Física; que
seja amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1991 e que tenha
prole.
A
Educação Física na educação de jovens e adultos busca sensibilizar esses
discentes da relação entre atividade física e saúde social. Também, como as
práticas corporais podem melhorar a qualidade de vida dos alunos, tanto no
biológico como no social. Já que o professor será responsável por quebrar o
estereotipo de que, a Educação Física é só correr atrás de uma bola e cansar.
Visto que a disciplina vai muito além do simples ato de correr e cansar, pois a
partir dela podem-se mudar vidas.
Costa;Jesus;Silva (2007) se considera a
inclusão da educação física na EJA como representação da possibilidade dos
sujeitos no contato com a cultura corporal de movimentos, numa perspectiva de
usufruto de instrumentos para promover a saúde, aguçar a criatividade no aproveitamento
do tempo de lazer e expressar afetos e sentimentos em diversos contextos de
convivência.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS) define a saúde como "um estado de
completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e
enfermidades".
Já
a saúde social, podemos defini-la como uma condição em que o indivíduo consegue
viver bem em sociedade, na qual tenha momentos de lazer e de distração.
A
saúde é um recurso para a vida diária, e não um objetivo de vida; é um conceito
positivo, enfatizando recursos sociais e pessoais, tanto quanto as aptidões
físicas. É um estado caracterizado pela integridade anatômica, fisiológica e
psicológica; pela capacidade de desempenhar pessoalmente funções familiares,
profissionais e sociais. (KNOBEL, 2004).
A saúde passou, então, a ser mais um valor da
comunidade que do indivíduo. É um direito fundamental da pessoa humana, que
deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia política ou
condição sócio-econômica (ALMEIDA GOUVEIA, 1960 appud MEDICINA TROPICAL, 2009). A saúde é, portanto, um valor
coletivo, um bem de todos, devendo cada um gozá-la individualmente, sem
prejuízo de outrem e, solidariamente, com todos.
A cada dia, as pessoas vêm se preocupado
menos com a prática de atividades físicas, para a manutenção da qualidade de
vida. Todos querem ter uma oportunidade para melhorar a vida. Os alunos da EJA
acabam tendo este perfil, são alunos que voltam à escola com o objetivo de após
os estudos terem uma vida melhor.
Os alunos da EJA são homens e mulheres,
trabalhadores/as empregados/as e desempregados/as ou em busca do primeiro
emprego, moradores urbanos de periferias, favelas e vilas. São sujeitos sociais
e culturais, marginalizados nas esferas socioeconômicas e educacionais,
privados do acesso à cultura letrada e aos bens culturais e sociais,
comprometendo uma participação mais ativa no mundo do trabalho, da política e
da cultura (LOUREIRO e MACHADO, 2008).
Assim a relação entre atividade física e
saúde vem a ser um dos principais motivos para a participação destes alunos nas
aulas de educação física, uma vez que, eles terão mais informações para as
mudanças de atitudes consigo mesmo e com a família, proporcionando-lhes
autonomia em relação às práticas de promoção e manutenção da saúde social e
corporal.
Está
ocorrendo uma revolução nos cursos de Educação Física, que vem provocando
questionamentos sobre alguns conceitos: o que se tenta expor criticamente hoje
é a relação entre “Esporte e Saúde”. Esta veiculação, infelizmente, não é a
mais usual, pois geralmente é substituída por “Esporte é Saúde” pelo
conhecimento popular, uma relação que aparenta ser uma verdade absoluta, quando
não, obrigatoriamente, é. Os novos conceitos trabalhados relacionam Esporte,
Saúde e Qualidade de Vida, de maneira a levantar o debate para refletir sobre
os mesmos.
O
Esporte, como conceito, é considerado uma atividade metódica e regular, que
associa resultados concretos referentes à anatomia dos gestos e à mobilidade
dos indivíduos.
Existem
outros conceitos de Esporte, em que se consideram como um componente dos blocos
de conteúdos da Educação Física escolar, isto é, a Educação Física nas escolas
possui alguns conteúdos, tais como a dança, os jogos, as lutas, as
brincadeiras, e o esporte é um destes. É na escola que a conotação de Esporte
deve ser diferente do Esporte de alto nível, apesar de alguns professores de
Educação Física insistir em alto rendimento. Felizmente este modelo vem
modificando-se, aos poucos. Assim, a idéia que se tem de Esporte é muito mais ampla,
o que permite uma variedade de entendimentos. Dependendo do conceito e do
entendimento, ele pode estar ou não vinculado à Saúde.
Nas
escolas, os pré-requisitos para os professores de Educação Física é que não,
necessariamente,sejam grandes atletas que sabem jogar, mas que sejam grandes
professores que saibam ensinar.
Antigamente
na educação de jovens e adultos não havia muitos tipos de atividades para os
alunos praticarem em função de não ter um espaço adequado. Quando tinham as aulas
elas não eram muito produtivas, pelo fato de não haver um profissional
capacitado para ministrar a educação física para aquela idade e capacidade
física muito diversificada. Percebe-se que naquela época havia uma defasagem na
licenciatura do docente e que ainda nos tempos atuais deve ser reciclada, pois
encontra-se muitos profissionais que fazem da educação física uma disciplina
onde seu único componente “educativo” é a bola.
Hoje os alunos da EJA, buscam exercícios de
relaxamento, de descontração, e a ludicidade se torna uma grande aliada nesse
processo de ensino aprendizagem. Esses tipos de atividades são essenciais para
o corpo, pois proporcionam bem-estar, melhorando o convívio na escola, no
trabalho e em casa.
Na
educação regular como na EJA, enfrentasse um impasse: As aulas de Educação
Física devem ser no mesmo período das outras disciplinas?
Através de uma análise aprofundada, evidenciam-se as vantagens e desvantagens
dessa medida. Quanto às vantagens: o aluno não precisa voltar para escola após
ter ido para casa, evitando o gasto com passagem e fugindo dos perigos das
ruas; uma maior inclusão dos alunos nas aulas, pois esses não têm como pedir
dispensa, se utilizando da desculpa de estarem doente ou que não tem dinheiro
para passagem. Quanto às desvantagens: os alunos que participam das aulas, que
antes eram dispensados, são desmotivados por não querer estar ali; quando as
aulas de Educação Física são nos primeiros horários, os alunos ficam suados e
sujos para assistir as outras aulas.
O
processo de ensino-aprendizagem destinado a jovens e adultos deve ser
considerado objeto de amplas reflexões no sentido de apresentar alternativas
que favoreçam sua participação plena no processo de ensino-aprendizagem,
levando esses sujeitos, a tornarem-se pessoas ativas e construtores do seu
conhecimento.
Deste
modo, é evidente a necessidade de construir uma política educacional permanente
para jovens e adultos. Somente assim, pode-se efetivamente construir uma
educação plena e que possibilite uma formação emancipadora para todos.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Constatou-se
que os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), são pessoas com muita experiência
de vida, na maioria das vezes trabalhadores assalariados que lutam pela
sobrevivência na cidade ou no interior, pessoas que apresentam uma desconfiança
em relação à escola ou por não terem tido acesso a ela quando crianças ou por
terem se evadido por causa de experiências ruins no processo de ensino.
Dessa
forma essa educação apresenta-se como uma especificidade etária e
sócio-cultural, na medida em que está dirigida a determinados grupos culturais
de pessoas de uma determinada classe social, ou seja, grupos sociais de uma
classe economicamente baixa.
Estes
alunos buscam nas aulas de Educação Física momentos de relaxamento, dinâmicas,
atividades em grupo, alongamentos de baixa intensidade articular (ginástica
laboral) e períodos de conversação, para exporem idéias e vivências.
Ao
comparar as vantagens e desvantagens das aulas de Educação Física no mesmo
horário das outras disciplinas. Analisa-se que a falta de infraestrutura das
escolas favorece para o mau andamento das aulas de Educação Física, haja vista
que, se tivesse banheiros com chuveiros para os alunos após as aulas tomassem
seu banho e não voltasse para sala de aula suado e sujo.
Hoje,
ainda há um estereotipo de Educação Física Esportivista, fazendo com que o
aluno não se interesse totalmente pela aula. Já que na maioria da EJA os
educandos são trabalhadores, idosos e gestantes, os quais estão cansados de sua
rotina diária para chegar ao fim do dia e jogar futebol.
Portanto
tanto, as instituições, quanto os educadores,deverão atentar-se para a necessidade
de terem uma visão transformadora da educação para torná-la uma educação
libertadora, devendo para isso ter objetivos bem traçados por meio de atividades
planejadas, conteúdos organizados, métodos e recursos de ensino atrativos e interessantes
para que os alunos possam ter um melhor entendimento do que lhe está sendo
ensinado e desta forma mais facilidade em aprender.
Propomos
à Secretaria de Estado da Educação do Amapá (Seed) que haja mais cursos de
reciclagem para os docentes, porque ficou evidenciado o despreparo destes em
ministrar aulas ao Ensino de Jovens e Adultos. E, à Secretaria de
Infra-Estrutura do Amapá (Seinf) que faça melhorias nas dependências das
instituições de ensino, em especial nas salas de aula, pois constata-se que
estas quando não tem uma iluminação inadequada apresenta condições
insuficientes para uma aula produtiva, pois a maioria têm temperaturas
elevadas.
REFERÊNCIAS
MEDICINA TROPICAL. Conceito de saúde segundo a OMS. Disponível em: <http://www.alternativamedicina.com/medicina-tropical/conceito-saude>. Acesso em: 13 mar. 2012.
COSTA, Leandro da; JESUS, Maria Assunção Brito de; SILVA,
Mariza Carmen. A EDUCAÇÃO FÍSICA NO
CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: Análise dos documentos curriculares.
Disponível em: <http://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/b/b5/MonografiafinalPROEJA.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2012.
Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, LDB – 9394/96) Artigo 26, parágrafo 3º.
LOUREIRO, Luciano Leal; MACHADO, Julia
Lepkoski. A POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO
DA EDUCAÇÃO FÍSIC NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PARA A MELHORA DA SAÚDE E
MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA: uma revisão bibliográfica. Disponível em:
<http://guaiba.ulbra.tche.br/pesquisa/2009/artigos/edfis/salao/483.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2012.
KNOBEL,
Keila A. Baraldi. FONOAUDIOLOGOGIA E
SAÚDE. Disponível em:
<http://www.fonoesaude.org/saude.htm>.
Acesso em: 17 mar. 2012.
Belo trabalho. Parabéns!
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