sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

ORIGENS DO CARIMBÓ

*ALEXSANDRA DOS SANTOS ALVES

*ANDSON DA SILVA GOMES
*MALCICLEY DOS SANTOS SOUSA
*MARCELO GOMES GONZÁLEZ
*MARINA DOS SANTOS BASTOS
*TATIANA MENDES DA SILVA
*Acadêmicos do curso de Licenciatura em Educação Física pela Universidade Vale do Acaraú-AP

Resumo:
Este artigo foi realizado como parte das atividades desenvolvidas na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico e tem como objetivo apresentar o Carimbó, que foi criado pelos índios Tupinambá. Segundo os historiadores, os Tupinambá eram conhecidos como semi-deuses. Inicialmente, segundo tudo indica, a dança era apresentada num andamento monótono, como acontece com a grande maioria das danças indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa manifestação artística dos Tupinambá começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando pelo andamento que, de monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante do batuque africano. Por isso contagiava até mesmo os colonizadores portugueses que, pelo interesse de conseguir mão-de-obra para os mais diversos trabalhos, não somente estimulavam essas manifestações, como também, excepcionalmente, faziam questão de participar, acrescentando traços da expressão corporal característica das danças portuguesas. Não é à toa que a "Dança do Carimbó" apresenta, em certas passagens, alguns movimentos das danças folclóricas lusitanas, como os dedos castanholando na marcação certa do ritmo agitado e absorvente.

Palavras-Chave:
Dança, manifestação artística, batuque.

Abstract:
This article was carried out as part of the activities developed by the discipline of Methodology of the Scientific Work and aims to present the Stamp, which was created by Tupinambá Indians. Second historians, Tupinambá were known as semi-gods. Initially, apparently, dance was presented in a walking monotonous, as happens with the great majority of dancing indigenous. When the African slaves taken contact with this manifestation of artistic Tupinambá began to perfect the dance, starting by ongoing, monotonous, started to vibration as a sort of variant of batuque African. Why contagiava even colonizers Portuguese that, by the interest of achieving hand-to-work for the various work, not only estimulavam these demonstrations, but also, exceptionally, were question to participate, adding traces of expression corporal characteristic of dancing Portuguese. It is not the aot that "Dance Carimbó" presents, in certain passages, some movements of dancing lusitanas folklore, as the fingers castanholando in marking certain rhythm agitated and absorbent.

Key Words:
Dance, demonstrating artistic, batuque.


INTRODUÇÃO
O carimbó foi concebido por um dos povos mais primitivos do Brasil, os Tupinambá. Segundo alguns historiadores de renome o povo Tupinambá era dotado de um senso criativo e crítico invulgares.
A dança do carimbó era uma apresentação como a maioria das danças indígenas, sem grandes atrações. No entanto, os escravos africanos tornaram o ritmo mais vibrante. Em seguida, os portugueses animados com o resultado que a dança propiciava resolveram estimular essas manifestações, e acrescentar traços característicos da dança portuguesa, como castanholar para marcar o ritmo (LOUREIRO, 2001).
A coreografia do carimbo é apresentada em pares de duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Iniciada a música, os homens vão ao encontro das mulheres batendo palmas: é para marcar o tempo da música e uma espécie de convite para o cortejo.
Há na dança uma indumentária específica. Os foliões dançam descalços. As mulheres usam saias longas, rodadas e coloridas, cabelos ornados com folhas e flores. Os homens usam calças de mescla ou jeans enroladas até a canela, camisas claras amarradas à altura do umbigo e um lenço cingindo o pescoço.
O carimbó surgiu inicialmente no norte do Pará e teve sua irradiação mais consistente na Ilha do Marajó onde atualmente é um dos folguedos mais presentes na cultura local.
No entanto, há uma modernização marcante do carimbó. Ao ritmo tocado outrora apenas com instrumentos de percussão, foram anexados guitarras elétricas, instrumentos de sopro como o clarinete e o sax. Foi o carimbó que deu origem à lambada, ao souk e mais recentemente ao calipso ( LOUREIRO, 2001).

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
SURGIMENTO DO CARIMBÓ
Segundo registros, o carimbó surgiu em Marapanim, situada a cento e cinquenta quilômetros de Belém, no litoral do Pará, como uma alternativa de lazer com o intuito de dar leveza à dura tarefa do trabalho cotidiano do caboclo. Foi concebido por um dos povos mais primitivos do Brasil, os Tupinambá. A dança do carimbó era apresentada, primordialmente, num andamento monótono como a maioria das danças indígenas.
Foram, entretanto, os escravos africanos que aperfeiçoaram o ritmo, revolucionando o andamento, tornando-o mais vibrante. Os portugueses, a partir do início da colonização brasileira, animados com o resultado positivo que a dança podia proporcionar a seus serviçais e observando a sensibilidade dos negros e dos indígenas, incentivaram a dança, introduzindo nela alguns elementos de origem européia. Destarte, o carimbó passou a ser uma criação das três principais etnias formadoras do povo brasileiro, e é possível que seja a única dança concebida por três etnias. Segundo Loureiro (2001, p. 296) o carimbó é
Uma espécie de bailado popular sem enredo verbal e nem significação dramática. A música é de um ritmo envolvente e a linha melódica, apesar de sua intensa vibração, transparece também numa envolvente nostalgia.
O Carimbó é considerado um estilo musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras miscigenou-se e recebeu outras influências. É uma dança regional, aculturada, que revela traços culturais lusitanos, negros e índios.
Carimbó, na verdade, é o nome do instrumento (tambor) feito de troncos de árvore. É escavado e fica um pau oco, medindo em média 90cm à 1,50m de comprimento e de 40 a 50cm de diâmetro. Uma das extremidades é envolta com a pele de animal silvestre (veado e coba). É utilizado pelos tocadores de tambor, que se sentam sobre o instrumento e batucam com as mãos. Segundo Lody (2003, p. 67)
O instrumento fora do seu âmbito sagrado passará a valer pelos resultados sonoros, marcando, na maioria dos casos, a base ritmica dos conjuntos, acrescidos de pandeiro, agogô, berimbau, entre outros. Assim o atabaque é indispensável no samba e na capoeira, bem como em cortejos de rua, como o afoxé ou em outras danças de rua, como o jongo, no estado de São Paulo e o carimbó, no estado do Pará.

                      
E pelo curimbó (De origem Tupi-Guarani “Curimbó”, de curi (pau-oco) e m’bó (escavado)) fazer parte da dança de Carimbó, seu nome foi automaticamente transferido à música e também à dança.
Justificando-se pela diversidade regional paraense, há basicamente três tipos de carimbó. O carimbó praieiro, típico da zona atlântica no Pará, a zona do salgado, na qual se destaca Marapanim, o carimbó pastoril, tipico das regiões de campo como Soure e Marajó. E o carimbó rural ou agrícola, mais praticado no baixo Amazonas, em Algodoal onde lavm uma vida simples, transformam suas vivências diárias em poemas rimados que resultam em canto de carimbó que ficam registrados apenas em suas memórias. Existe carimbós que são cantados em momentos festivos sem pretenção financeira. O interessante é que em Marapanim há diversos grupos de dançarinos de carimbó e dos melhores por sinal, já em Algodoal, se dá maior ênfase à escuta de canto de carimbó, enquanto conversam e tomam suas bebidas nos bares em finais de semana.

Coreografia e Vestimenta
A dança começa com os pares dispostos em fileiras de mulheres e homens de frente uns para os outros. Com palmas, os homens convidam as mulheres a formar roda. Os casais de dançarinos fazem então um grande círculo com sua dança, onde as mulheres rodam segurando as saias rodadas e jogando-as em direção ao homem, que tende a se esquivar da saia parceira.
Ao final da apresentação, tem uma parte que é chamada de “dança do peru”, onde homens e mulheres ficam agachados em volta do centro batendo palmas. Uma mulher sai dançando até o meio e deixa um lenço no chão em forma de pirâmide para que seu parceiro apanhe o pano apenas com a boca, sem usar nenhuma das mãos e sem cair. Se tiver equilíbrio, força e elasticidade nos músculos das pernas para conseguir pegar o lenço, o dançarino é aplaudido com entusiasmo pelos bailarinos e pelo público. Mas se cai ou se desiste, é alegremente vaiado por todos na grande brincadeira.
A vestimenta das mulheres inclui conjuntos de saias longas, rodadas e muito coloridas e blusas que exibem os ombros e o pescoço, confeccionadas com rendados, em geral de uma só cor. Costuma-se pregar enfeites como pequenas peneiras e pedaços de patchouli. Os cabelos são enfeitados com uma rosa. Pode-se abusar de acessórios como pulseiras e colares coloridos que dão muitas voltas no pescoço e vão até a altura do umbigo. Os homens usam um lenço vermelho no pescoço, calças de uma só cor e camisas de mangas compridas tão coloridas quanto as saias das parceiras. As camisas são amarradas na cintura. Homens e mulheres dançam descalços.
Com o decorrer dos tempos o carimbó chegou também à capital do Pará e passou a fazer parte da cultura desta como uma modalidade musical que mesmo tendo como matriz o carimbó de Marapanim, organizou-se em duas correntes distintas que se denominara tradicional, representada pelo cantador Verequete e a moderna represntada por Pinduca. Causando assim, uma certa rivalidade entre defensores da tradição e da modernidade. Mas, deixando de lado essa discussão. O certo é que o carimbó encontrou terreno fértil na capital e dando tanto a Pinduca quanto a Verequete reconhecimento como carimbozeiros importantes do estado paraense. E assim estabeleceu-se o carimbó como ícone de identidade paraense.
As letras, geralmente, são poemas espontâneos compostos por trabalhadores que versejam sobre fatos da sua rotina: suas batalhas no trabalho, seus amores, etc. Como Algodoal, por exemplo, onde os pescadores registram em seus cantos os mitos e as lendas locais, seus trabalhos pesqueiros e a beleza natural da ilha. Geralmente são poemas curtos rimados com palavras simples, fáceis de memorizar, pois são repetidos algumas vezes no momento do canto.
Não há limite de pessoas para o momento da dança, pelo fato de ser uma dança de roda. No carimbó são admitidos várias perfórmaces em interpretações. É permitida até mesmo a dança solo. Muitos dançarinos preferem a dança solo, pois se sentem mais livres para a execução da coreografia.
O carimbó, ao contrário do carnaval, das festas juninas, e outras festividades que têm datas fixas em calendários, não tem época certa, é válido em todo e qualquer tempo. Em Marajó, por exemplo, se dança mais nos meses de julho, novembro e dezembro. Em outras regiões se dá maior ênfase à dança no início do verão (junho e julho). Em outras regiões as festas de carimbó ocorrem em janeiro, em fevereiro e por ocasião de momentos festivos locais.

METODOLOGIA
Este artigo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, onde foram citados dois autores com obras ligadas ao Carimbó, visando verificar a historicidade da dança na cultura amazônica, objetivando assim, a melhor compreensão desta cultura que está sendo estilizada ao decorrer dos anos e em muitas das vezes fugindo de sua origem.
           


REFERÊNCIAS
LOUREIRO, João de Jesus Paes. Cultura Amazônica: Uma poética do imaginário. São Paulo: Escrituras Editora e Distribuidora de Livros Ltda., 2001, 437 p. (obras reunidas).
LODY, Raul Giovanni da Motta. Dicionário de arte sacra & técnicas afro-brasileiras. Ed. Ilustrada. São Paulo: Pallas Editora, 2003, 322p..
SÁ, Joel de. CARIMBÓ – Cultura do Brasil. Disponível em: < http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/1813964>. Acesso em: 10 set. 2010.
MIRALINA, Mira. Carimbó: Um ícone de identidade paraense. Disponível em: <http://www.recantodasletras.uol.com.br/artigos/1556267>. Acesso em: 10 set. 2010.

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